1 de dezembro de 2010

Os segredos de uma lua

-Quando você vai me contar sobre o tal... Como é mesmo?-Ellye sussurrou.
-O nome dele é Josh. E eu vou contar quando tiver certeza se ele que quer comprar aquela velharia que você chama de carro. –Eu disse sorrindo.
-Você é muito meiga, sabia?-Disse Ellye com sarcasmo.
Olhava para frente, o caminho íngreme da Rua da Sandly University. Tínhamos dois trabalhos pela frente e muita lição. Ellye só pensava na venda de seu fusca.
-Ele é de confiança?Pelo menos me diga isso e não toco mais no assunto. -Ellye insistiu.
-É claro que é, Ellye. Você realmente acha que negociaria com um drogado, ladrão ou um traficante?-Usei o sarcasmo como ela, provocando.
-Desculpe-me, estou preocupada com minha renda. -Ellye deu de ombros e isso era uma simples maneira de dizer: ”Pronto eu paro de falar nisso!”
-Tudo bem. -Respondi tanto a uma frase, quanto a outra.
Passamos pela ponte Nello’s e avistamos a antiga casa dos Stanley.
Eu realmente não acreditava em historias de terror, muito menos em magia. Mas aquela casa me dava arrepios, porem curiosidade. E minha curiosidade era algo incontestável. Mais cedo ou mais tarde descobria o queria. E o que queria no momento era descobrir o que havia dentro daquela casa.
-Eu não entraria nesta casa nem por dinheiro... Hum, pensando melhor, não seria uma má idéia. Estou precisando de dinheiro. -Ela estava desesperada para comprar um carro que ela vira dois dias atrás.
-Nós temos que ir... Odeio passar na frente dessa casa. -Apontei com o dedo.
-Você anda mal humorada!Por quê?-Ela pensou por um momento. -Ah imagino que seja por causa do Scot... -É claro que ela colocaria a culpa no fim de meu namoro.
-O Scot é passado!-E era verdade, não era apenas uma desculpa.
-Tudo bem... -Ela usou o sarcasmo novamente para me provocar.
-Mal humor. - Devolvi com a mesma moeda.
Aquela era a discussão mais ridícula que tivemos.
Sorri para tentar fazê-la esquecer disso. Mau humor?Da onde ela tira isso?!
Passamos pela frente da casa, sem olhar, sem querer saber que ela estava ali... Tão perto.
Passamos por outras casas abandonadas que não nos metiam tanto medo como a dos Stanley. Havia algo nela, eu tinha certeza!
Depois de passar pelo cemitério e a igreja fomos para o nosso apartamento fazer os trabalhos e tarefas da escola.
A tarde se passou em segundos, logo estava escuro o suficiente então fomos dormir, pois já havíamos acabado de fazer tudo.
A manhã brotava pela janela do quarto ainda escuro por causa das persianas ainda fechadas. Olhei para cama de Ellye, mas não havia nenhuma forma irregular alem das cobertas.
Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e respirei fundo e pude sentir o cheiro de café sendo coado na cozinha.
Arrumei-me para a escola e fui para cozinha para saber qual o motivo de Ellye não ter me acordado. Sem olhar para o relógio do corredor, e chegando á cozinha a vi a frente do micro-ondas.
-Por que você não me acordou?
-Sabe que horas são?E que dia é hoje?
-Não.
-Não?!São seis horas da manhã e é dia 31 de outubro, seu aniversario, amorzinho. Parabéns! -O que?Você esta brincando?!
Corri ate o calendário, e, contudo, era verdade. Meu aniversario!Oficialmente com 20 anos.
-Então tirou suas provas?
-É verdade...!
-Claro. Temos que comemorar.
Ela pegou um banco encostou do lado da geladeira para poder pegar uma caixa embrulhada com papel camurça preto e com uma fita vermelha - minhas cores favoritas-, e entregou a mim.
-Não precisava... Você sabe disso.
-Mas eu queria.
-A mesma historia de sempre. -Sorri para ela e a abracei. -Obrigada. -Sussurrei e seu ouvido e as lagrimas caíram dos olhos, tanto dos meus quanto dos dela.
Abri a caixa com as mãos tremulas.
Era algo que não fazia idéia que ela iria considerar, mas também, a única coisa que realmente queria ter e, que estava aguardando o salário para comprar.
-Eu não acredito!
-Que bom que gostou.
Abracei novamente aquela pessoa que se tornou importante para mim com o passar dos anos.
-Tem idéia de como queria isso?
-Claro quando você viu esse colar você quase surtou.
Olhei para o coração partido ao meio.
-Você sabe que não vou usar as duas partes, certo?
-Imagino que você irá dar a outra parte para Scot, pedido de desculpas, certo?
-É claro que não! É para você, bobinha!
-Obrigada.
-Para Scot só dou uma coisa...
-O que?Um beijo?
-Não, uma surra!
-Tudo bem, chega!Antes que você me confunda com ele...
Sorrimos.
-Eu fiz o café para você!
-Então vamos comer e obrigada de novo!

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