30 de agosto de 2010


Eu, Rose Smith, não me lembro bem de como cheguei aqui. Contaram-me que eu estava chorando e minha mão sangrava. Eu tinha dez anos, estava chovendo muito, foi no dia 23 de novembro de 1810, era o meu aniversario _ foi o que eu disse.
Eu era uma criança que não sabia nada da minha própria vida, mas mesmo assim me criaram, já que ninguém me procurou. Também o que iriam querer com aquela menininha de olhos e cabelos castanhos com aquela pele pálida e translúcida?
Mas eu cresci, fui mal tratada desde que cheguei à cidade. E agora posso dizer que amadureci rápido, não sou tão velha assim e nem poderei ser, não mais.
Desde 1820 eu sou uma vampira. Eu fui encontrada em uma rua qualquer de Rottwill. Quase morta Tyler me levou a sua casa... Onde eu me transformei por completo.
Eu estava no meio da madrugada do inverno de 1820 numa rua qualquer, estava muito escuro e frio_nevava. Eu estava andando distraidamente e me atacaram por trás. Apanharam tudo o que eu tinha de valor. Eram dois patifes, mas eles morreram no dia seguinte _eu os matei. Eles me deixaram sangrando na neve, sangrava pouco, mas eu estava dilacerada. Tyler estava no bosque perto de onde eu estava. Ele me levou para sua casa, nós dois vivemos duas décadas juntos.
Mas na noite do verão de 1840, eu o encontrei _ele estava quase morrendo, lepra não tinha tratamento na época, ele estava na fase terminal, não havia ninguém, nenhum parente sequer, que cuidasse dele.
Eu fui ao hospital naquela noite para cuidar de Emillie, minha “irmã”, e o vi. Ele disse:
_Doutora?Você é nova?Não importa...
Eu vou morrer, hoje, eu sinto isso...
_Hein? Eu vou ajudá-lo!_mesmo sabendo que eu era medica eu podia curá-lo.
_Como? Eu estou caindo aos pedaços.
_Se eu puder fazer algo, mesmo que pareça impossível, você aceitaria?
_Sim eu quero viver. Mas há algo?
_Sim... Do mesmo jeito que eu estou viva agora.
_Como assim?
_Antes que eu te explique como é seu nome?
_Willian. E o seu?
_Rose.
_Me explique e faça o que for necessário, eu não quero morrer, Rose. Por favor, me ajude, eu lhe imploro.
_Will, eu sou uma vampira.
_Eu quero ajuda, quero minha vida!Não quero historias de terror!
_Eu digo a verdade, Will. É serio acredite!
_Eu quero a minha vida!
_Eu posso devolvê-la se você acreditar em mim.
_Faça o que você puder...



CAPITULO 1_O DESTINO

Todos os dias eu andava pelo mesmo caminho, nada mudava.
Todos os dias eu voltava para casa, pois saia da escola.
Eu andava duas quadras com minhas amigas, conversando distraída.
Mas eu me lembro bem,quando o conheci, há uma década.
Eu estava olhando para o chão tentando não tropeçar, como no dia anterior... De repente esbarrei em alguém e caí, mesmo tomando as precauções tolas. Havia uma mão estendida para mim, eu segurei e levantei-me, não me importando a quem aquela mão pertencia. Eu olhei para cima, percebendo o erro, e fiquei paralisada. ”Ele é lindo!”, pensei comigo mesma.
Ele sorriu e eu tremi.
_Olá.
_Hmmmm. Er, oi._Sorri constrangida com a minha reação. Ele também sorriu com desculpas nos olhos azuis.
_desculpe.
_claro!
_você esta bem?
-Sim, não foi nada.
Eu olhei para Zoey, Eydren, Britney e Jane. Elas sorriram e eu arregalei os olhos. Virei para ele de novo, ele olhava fixamente para mim. Eu, novamente estava paralisada, esqueci completamente como me mexer.
_você não aparenta estar muito bem.
_Não se preocupe, eu realmente estou bem.
-Lizzie?Temos que ir! Vão matar-te se você se atrasar!
_É, eu tenho que ir._excitei olhando para ele.
-Tchau.
-Tchau._olhei para ele com um olhar melancólico de despedida, a qual não queria que ocorresse.
Despedi-me de minha amigas e fui ao meu destino de cabeça baixa.
Eu estava derrotada. Olhei para um lado e depois para o outro sem prestar, realmente, atenção e, quando dei por mim estava em seus braços. Havia gritos e uma multidão à nossa volta.
“O que houve? ‘, mas minha voz sumira.
Ele me olhou nos olhos, seu rosto a centímetros do meu. Não consegui, me movimentar novamente só conseguia olhar para seus olhos azuis.
_Me diga, por favor, que você esta bem!
-Eu estou bem._disse sem desviar os olhos dele.
-Lizzie, você esta bem?
-Zoey, Eydren, Britney e Jane, eu estou ótima vocês precisam ir
.Eu também. Converso com vocês depois. Tchau.
Eu me virei e fui andando, mas dessa vez de cabeça erguida, mesmo que doesse. Era melhor assim a ser quase atropelada de novo, por um ônibus.
Eu olhei com mais atenção para atravessar a rua, e ele estava ali. Sorri e atravessei a rua correndo, ele me seguiu.
-eu devia estar com medo, sabe disso, não é?
- sei, também ficaria em seu lugar.
-por que diz isso?
- porque você não me conhece, eu posso ser perigoso!
-você não dá medo. Você é..._eu não podia terminar a frase tinha medo de ser sincera, neste caso.
_eu sou...?
-desculpe, eu não... Esquece!_sorri constrangida.
-tudo bem, não precisa falar se não quiser...
-é que você é bonito._ “bonito”, zombei. Esse adjetivo era muito fraco para ele _Perfeito!_disse tão baixo e me agradeci por isso.
-“perfeito!”?_ele repetiu negando.
-Sim você é!
-Tudo bem. Você quem sabe.
-eu queria te perguntar uma coisa... Como é seu nome?
-Riley. Riley McOlley.
-Você já sabe o meu não é?
-Sim._sorriu descontraído.
E eu parei em frente a minha casa.
-Eu vou ter que entrar.
-Tudo bem eu devo estar atrasado._Olhou para o relógio que estava em seu pulso._foi o que pensei.
-Que horas são?
-Meio dia e quinze.
-Bem na hora.
-Tchau de novo.
-Isso é um adeus?
-Não, espero que não.
Ele veio até mim e me beijou, seu beijo em meu rosto fez com que minha cabeça girasse. Cambaleei ate o portão.
Olhei para trás, após me recuperar, mas ele já havia sumido. Toquei a campainha, e logo minha mãe abriu o portão e me cumprimentou. Entrei e corri para meu quarto. Tinha de pensar, digerir e saber o que fazer e o que pensar.
_Lizzie?
_o que?
-Venha almoçar!
-Estou indo!
Troquei de poupas e desci a escada.
Depois de comer fui para meu quarto, arrumei minha cama e fiz os deveres da escola. Não havia mais o que fazer, então comecei a ler um livro, mas não consegui,como esperava .
Riley ficou em minha cabeça, por mais que tentasse esquecê-lo, ele continuava em minha mente.
Eu esperava desesperadamente que não sonhasse com ele, que não dissesse seu nome enquanto dormisse.
De tarde minha irmã chegou da escola e começou a tagarelar. A minha salvação foi me trancar no banheiro, tomar um banho e me vestir.
Tomando banho pensei e não cheguei a nenhuma conclusão. Como eu reagiria se visse ele de novo?Eu deveria me agradecer, afinal ele me salvou.
A imagem voltava a minha mente toda a vez que fechava os olhos.
Loiro acinzentado, olhos azuis, a pele era translúcida, a barba por fazer, as suas roupas que delineavam seus músculos...
Suspirei era a única coisa que podia fazer.
Tentei ler um livro, escutar uma musica, mas nada ajudava.
Finalmente o sono chegou e dormi profundamente sem sonhos e sem pesadelos.
Na manhã coberta de nuvens cinza, me esforcei para me arrumar por que ele poderia aparecer novamente.
Saí com minha mãe, eu precisava me preparar. As meninas me iriam encher de perguntas.
Zoey já estava na escola. Eu fugi, tentei me esconder, mas ela foi mais rápida. Ela me seguiu ate a quadra.
-Oi, Lizzie. Tudo bem?
-Oi Zoey. Estou bem e você?
-Não, não estou bem.
- O que houve?
-Eu quero saber!
-Tudo bem... Pergunte-me e respondo se conseguir.
-Como é o nome dele?
-Riley McOlley.
-Quantos anos ele tem?
-Não sei.
-O que ele disse a você?
-Bom, nada de importante.
-E o que você disse a ele?
-Disse que ele é perfeito.
-Ele disse se vocês vão se ver novamente?
-É o que nós dois esperamos.
-Humm. Espero que ele não seja muito velho.
-Você sabe que idade não é um problema.
-Oi meninas!_Drake entrou na quadra interrompendo a conversa.
-Oi Drake!_dissemos juntas.
-Er... Eu vou ir para a sala._Não podia falar desse assunto para mais ninguém._Zoey, duas coisas. Primeiro: não conte a mais ninguém. Segundo: poupe-me das meninas. Fale apenas o necessário, por favor!
-Não posso saber?
-Não desculpe, mas não. Isso não é nada que queira compartilhar com você e com mais ninguém!
-Ah!_suspirou fazendo manha..
Mas não podia mesmo dizer a ele não confiava tanto assim nele.
-Desculpe.
Fui para a sala e me sentei no fundo, como sempre. ”A quarta feira mais longa de minha vida!”
As aulas continuaram se arrastando ate o intervalo e novamente ate a saída. Eu fui andando, entusiasmada. Queria vê-lo, esperava isso.
Jane ficou em frente a sua casa, após nos despedirmos Seguimos até a esquina, conversamos um pouco, nos despedimos e aí eu me virei para olhar a rua e ele estava ali.
-Oi, Lizzie!_me cumprimentou com um beijo e um abraço.
-Riley!Você veio!_eu o abracei mais forte.
- Claro que vim. Você acha, sinceramente, que eu deixaria de vir?
Sim, eu não viria.
-E por quê?
-Porque eu sou a segunda pessoa mais feia que eu conheço.
-Então você tem problemas de visão ou péssimos exemplos!_sussurrou
-Bom, que horas são?
-Meio dia e cinco.
-Eu tenho dez minutos.
- Riley, quantos anos você tem?_Zoey perguntou.
-Vinte e três.
-Desculpe, eu não sabia se podia falar, ma elas insistiram..
-Tudo bem, há algumas coisas que não devemos esconder dos amigos.
-Lizzie, você tem que ir._Eydren soltou num suspiro, interrompendo o longo olhar entre mim e Riley. Zoey a cutucou.
-É nós temos que ir._Britney afirmou._Hoje eu e Eydren temos que fazer um trabalho.
-Vocês podem passar na minha casa e posso ajudar!_Dei uma leve pausa para pensar._Bom, então é tchau!Ate amanhã. Ou melhor, até hoje de tarde... Eu espero.
Eu, sem olhar para ver se havia algum carro que me impedisse de atravessar a rua, comecei a atravessar, mas alguém me puxou. Era Riley.
-O que foi?
-Você devia ser mais atenta!Você quer morrer?_e vi o motivo da bronca. Acabara de passar um carro.
-Quis um dia. Mas acho que não há um motivo, não agora!
Olhei para Zoey, lembrando de quando eu era meio depressiva.
-Lizzie, você tem que ir!
-Tudo bem.
-Tchau._Riley, não olhou para mim.
Eu levei um choque quando Riley disse o simples “-Tchau.”
Meus olhos se encheram de lagrimas, eu, novamente, queria morrer.