10 de dezembro de 2010

Capitulo 1: Amigo Oculto

Mais um dia frio em minha cidade. Era inverno. E ainda por cima eu tinha que acordar bem cedo para ir ao colégio. Ótimo!
Bom, não tinha nenhum bom motivo para continuar indo àquele lugar. Sentia-me melhor longe de tudo aquilo. Não sei por quanto tempo iria conseguir suportar...
Desliguei o despertador e me arrumei rapidamente com pressa. Queria que isso acabasse logo. Quem sabe se enfrentasse acabasse?!
Na verdade, queria desistir. Mas não daria este gostinho às garotas.
Elas iriam vencer a guerra. Pois era isso que elas queriam, que eu desistisse. Mas não daria o gostinho de vitoria a elas. Já tinha perdido minha melhor amiga e minha felicidade, não ia deixar que elas conseguissem me tirar o resto. Mas uma parte que elas não conseguiriam tirar de mim era Robert.


Entrei relutante pelo portão da escola e fui para um local que não houvesse ninguém. Excluíra-me completamente daquela sociedade. Eu não fazia mais parte dela e nem queria fazer.
Em pouco tempo estava na sala tendo uma aula na qual tentava prestar o máximo de atenção possível e segurar as lagrimas. As aulas de inglês passaram rápido o suficiente. A aula de matemática chegou. Não que não gostasse do professor, mas odiava matemática.
O sinal tocou avisando que o intervalo finalmente (para o resto da escola) chegou. Para mim, a pior parte era o intervalo. Não podia ficar na sala, pois elas ficavam e eu não podia ficar ali porque não queria olhar para as caras de sínicas que elas iriam fazer. Consigo ate imaginar... Mas a pior parte era que teria que olhar para Katye e fingir que suporto olhar para ela sem chorar.
Não mantinha contato visual com nenhum dos meus colegas de sala, apenas com os professores. Pelo menos para eles não tinha que fingir que estava feliz.
Fiquei na sala ate que elas chegassem. Percebi que o professor ainda estava ali. Ele olhou nos meus olhos tristes.
-Tudo bem Susannah?
Assenti e baixei a cabeça. Não eu não sabia mentir e não devia tentar.
-Por que você não se da bem com as meninas?
-Professor, eu... -Suspirei tentando achar as palavras certas. –No passado elas me fizeram coisas ruins e continuam fazendo. Acho que não posso tentar conviver bem com elas como se nada tivesse acontecido.
Ele olhou meu rosto e assentiu cuidadosamente. Eu estava falando toda a verdade.
-Você não vai descer?
-Não, vou ficar aqui enquanto elas não sobem.
-Tudo bem, ate depois.
-Ate logo. –A próxima aula seria com ele também?
Ele saiu e as lagrimas ameaçaram sair, mas não podia demonstrar fraqueza na frente delas. Quem sabe tivesse tempo para chorar depois que lesse meus livros. Quando fosse dormir ou ate mesmo em meus sonhos...
Minha vida ficou um pouco mais alegre quando percebi que elas não podiam subir porque o portão estava trancado. Mas eu podia levar uma bronca de minha diretora o que não era tão feliz. Eu a odiava.
O sinal tocou e logo meu professor estava ali. Sim, eu tinha matemática novamente. A aula passou relativamente rápida então eu estava “feliz”...
Essa era penúltima aula, agora tinha geografia. Também odeio geografia, mas não odeio o professor. A outra aula chegou rápido.
Para melhorar meu dia tinha uma prova da qual nem sabia que haveria e nem do que se tratava. Minha mais recente piada interna... Minha vida vai de mal a pior. Se um dia escutar isso saindo da boca de outra pessoa vou começar rir e/ou chorar...
Terminei a prova em primeira, o professor corrigiu e por incrível que pareça eu tinha tirado uma nota boa... Pelos meus chutes. Chutes são mais justos que cola, e sabia que os outros colavam. Mas me sentia injustiçada às vezes por ter tirado notas vermelhas enquanto eles colavam e tiravam notas azuis. Mas mesmo assim, eu não colaria. Era errado. Tinha que tentar ser boa para Robert.
O ultimo sinal tocou então sorri. Olhei para o professor depois de desfazer o sorriso.
-Pode guardar suas coisas. -Ele assentiu...
Eu não falava uma palavra se quer se não fosse com Tyler. Ele não era meu melhor amigo e não queria substituir Katye. Mas ele era a única pessoa que falava comigo, então....
Depois que arrumei minha mala sentei e esperei.
-Pode descer Susannah.
-Tchau, professor. Bom final de semana.
-Obrigada, para você também.
Sai pela porta e fui embora. Sozinha novamente. Apenas eu e minha mente. Minha mente me forçava a pensar em Robert todos os segundos do dia. Meu mundo de fantasias me fazia esquecer o mundo real que era injusto e cruel. Onde as pessoas sofriam, morriam e ficavam longe de quem amavam.
Mas sabia que isso era apenas uma das barreiras que enfrentaria em minha vida para ficar mais forte, Deus me ajudaria a passar por isso. Ele estava ao meu lado.
Sem perceber estava em frente à minha casa, sem perceber dei passos para trás fugindo do que aconteceria. Minha mãe brigaria comigo por algum motivo desconhecido, minha irmã me provocaria, meu pai daria uma bronca e falaria que eu devia ajudar minha mãe sempre. Tudo era assim, todos os dias.
Foi como imaginei... Os dias passavam rápidos e todos eram horríveis.
Quando percebi estava na escola olhando para a pior professora do mundo. E logo, decidindo participar do amigo oculto.
Na verdade só participei porque senti que devia ser assim. E queria muito que o nome que estivesse em meu papel fosse Katye. Mas não, estava escrito Darah. Eu gostava dela, mas queria que fosse Katye. Eu devia pensar que tudo tem um motivo... Mas queria poder fazer as pazes com Katye. Era o que eu mais queria em meses... Além de poder ter o amor da minha vida perto de mim. Uma coisa um pouco impossível.
Tudo bem... Acho que os dois pareciam impossíveis. Mas quem sabe se eu tentasse... Conseguisse?

1 de dezembro de 2010

A sonhadora
Prólogo: O começo de um amor

Estava acostumada a minha vida. Era tudo normal. Mas quando o conheci tudo isso mudou.
Quando o vi novamente meu coração disparou, lutei contra as lagrimas que se formaram em meus olhos tristes.
Ele mudou minha vida em apenas uma frase. Uma frase que não havia sido dita a mim, mas que fez meu coração explodir.
Eu, realmente, nunca acreditei em amor em primeira vista. Para mim era apenas mais uma invenção idiota do ser humano. Mas como sempre, descobri que estava errada.
Não quis admitir que eu o amava por um semestre,mas depois disso tudo mudou.Ele se tornou presente em todas as partes de mim e de minha vida.Então ,não tive mais motivos para esconde-lo,tanto de mim,como das pessoas que me cercavam.
Isso foi um acidente, mas foi, ao mesmo tempo, a melhor coisa que me aconteceu. Esse amor me ensinou tanto... Mas ainda o amo. E a cada dia amarei mais!

Os segredos de uma lua

-Quando você vai me contar sobre o tal... Como é mesmo?-Ellye sussurrou.
-O nome dele é Josh. E eu vou contar quando tiver certeza se ele que quer comprar aquela velharia que você chama de carro. –Eu disse sorrindo.
-Você é muito meiga, sabia?-Disse Ellye com sarcasmo.
Olhava para frente, o caminho íngreme da Rua da Sandly University. Tínhamos dois trabalhos pela frente e muita lição. Ellye só pensava na venda de seu fusca.
-Ele é de confiança?Pelo menos me diga isso e não toco mais no assunto. -Ellye insistiu.
-É claro que é, Ellye. Você realmente acha que negociaria com um drogado, ladrão ou um traficante?-Usei o sarcasmo como ela, provocando.
-Desculpe-me, estou preocupada com minha renda. -Ellye deu de ombros e isso era uma simples maneira de dizer: ”Pronto eu paro de falar nisso!”
-Tudo bem. -Respondi tanto a uma frase, quanto a outra.
Passamos pela ponte Nello’s e avistamos a antiga casa dos Stanley.
Eu realmente não acreditava em historias de terror, muito menos em magia. Mas aquela casa me dava arrepios, porem curiosidade. E minha curiosidade era algo incontestável. Mais cedo ou mais tarde descobria o queria. E o que queria no momento era descobrir o que havia dentro daquela casa.
-Eu não entraria nesta casa nem por dinheiro... Hum, pensando melhor, não seria uma má idéia. Estou precisando de dinheiro. -Ela estava desesperada para comprar um carro que ela vira dois dias atrás.
-Nós temos que ir... Odeio passar na frente dessa casa. -Apontei com o dedo.
-Você anda mal humorada!Por quê?-Ela pensou por um momento. -Ah imagino que seja por causa do Scot... -É claro que ela colocaria a culpa no fim de meu namoro.
-O Scot é passado!-E era verdade, não era apenas uma desculpa.
-Tudo bem... -Ela usou o sarcasmo novamente para me provocar.
-Mal humor. - Devolvi com a mesma moeda.
Aquela era a discussão mais ridícula que tivemos.
Sorri para tentar fazê-la esquecer disso. Mau humor?Da onde ela tira isso?!
Passamos pela frente da casa, sem olhar, sem querer saber que ela estava ali... Tão perto.
Passamos por outras casas abandonadas que não nos metiam tanto medo como a dos Stanley. Havia algo nela, eu tinha certeza!
Depois de passar pelo cemitério e a igreja fomos para o nosso apartamento fazer os trabalhos e tarefas da escola.
A tarde se passou em segundos, logo estava escuro o suficiente então fomos dormir, pois já havíamos acabado de fazer tudo.
A manhã brotava pela janela do quarto ainda escuro por causa das persianas ainda fechadas. Olhei para cama de Ellye, mas não havia nenhuma forma irregular alem das cobertas.
Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e respirei fundo e pude sentir o cheiro de café sendo coado na cozinha.
Arrumei-me para a escola e fui para cozinha para saber qual o motivo de Ellye não ter me acordado. Sem olhar para o relógio do corredor, e chegando á cozinha a vi a frente do micro-ondas.
-Por que você não me acordou?
-Sabe que horas são?E que dia é hoje?
-Não.
-Não?!São seis horas da manhã e é dia 31 de outubro, seu aniversario, amorzinho. Parabéns! -O que?Você esta brincando?!
Corri ate o calendário, e, contudo, era verdade. Meu aniversario!Oficialmente com 20 anos.
-Então tirou suas provas?
-É verdade...!
-Claro. Temos que comemorar.
Ela pegou um banco encostou do lado da geladeira para poder pegar uma caixa embrulhada com papel camurça preto e com uma fita vermelha - minhas cores favoritas-, e entregou a mim.
-Não precisava... Você sabe disso.
-Mas eu queria.
-A mesma historia de sempre. -Sorri para ela e a abracei. -Obrigada. -Sussurrei e seu ouvido e as lagrimas caíram dos olhos, tanto dos meus quanto dos dela.
Abri a caixa com as mãos tremulas.
Era algo que não fazia idéia que ela iria considerar, mas também, a única coisa que realmente queria ter e, que estava aguardando o salário para comprar.
-Eu não acredito!
-Que bom que gostou.
Abracei novamente aquela pessoa que se tornou importante para mim com o passar dos anos.
-Tem idéia de como queria isso?
-Claro quando você viu esse colar você quase surtou.
Olhei para o coração partido ao meio.
-Você sabe que não vou usar as duas partes, certo?
-Imagino que você irá dar a outra parte para Scot, pedido de desculpas, certo?
-É claro que não! É para você, bobinha!
-Obrigada.
-Para Scot só dou uma coisa...
-O que?Um beijo?
-Não, uma surra!
-Tudo bem, chega!Antes que você me confunda com ele...
Sorrimos.
-Eu fiz o café para você!
-Então vamos comer e obrigada de novo!